Don't Give Up On Me Now 3/?

Titulo: Don't Give Up On Me Now
Autora: Roberta Clemente
Classificação: PG-13(por enquanto, não me decidi)
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
PROLOGO 1 2

 3/?

Oliver respirou fundo enquanto fechava a porta atrás de si. Podia sentir uma nova onda de nervosismo ganhando força em seu estomago. Todos os seus planos tinham ido só até ali, a aquele ponto. Onde imploraria para ser aceito. A partir dali sua mente era um grande borrão branco.

Ele se virou e acompanhou Chloe com os olhos antes de se aproximar. Só agora viu que aquela era a porta da cozinha. Uma bem espaçosa e charmosa. O cheiro de café fresco no ar trouxe tantas lembranças que suspirou sozinho no canto. Ele olhou em volta e viu as canecas dela penduradas, misturadas as canecas infantis de Ellie e seu peito se apertou. Elas eram uma família.

Chloe se moveu entre o fogão e a ilha no meio da cozinha e Oliver se obrigou a sair do lugar. Ele engoliu seco e se aproximou dela. Ele a observou pegar uma faca e cortar algumas frutas, colocando em uma vasilha grande em seguida.

-Você pode levar para a mesa? - ela perguntou sem olhar para ele.

-Claro - ele respondeu pegando a vasilha cuidadosamente com as duas mãos. Ele se virou e levou a mesa atrás dele. Onde um copo e uma tigela menor esperava. - Mais alguma coisa?

-Não - Chloe foi até a geladeira e pegou uma garrafa de leite. Ela andou até a mesa e encheu o único copo lá. - Você quer alguma coisa?

-Não, eu - Oliver gesticulou. - Eu comi alguma coisa antes de vir. - ele mentiu, não comia desde o momento em que colocou os pés em Metropolis, mas não diria, nem daria mais trabalho do que estava dando.

-Ótimo. - ela aceitou e sorriu dando as costas para ele. Precisava se manter ocupada para tentar esquecer que tinha Oliver na sua cozinha, a alguns centímetros dela acompanhando seus movimentos, então foi até a pia lavar a faca.

Oliver olhou para Chloe em silêncio. Ela poderia usar a faca na sua mão para cortar a tensão no ar. Tão densa que tornava a respiração difícil. Ela o odiava e isso doía, só não conseguia entender uma coisa.

-Eu posso te fazer uma pergunta? - ele pediu olhando para as costas dela.

-Pode... eu acho - ela respondeu tentando esconder a tensão da voz.

-Por que me deixou entrar depois do que eu fiz ontem? - Oliver perguntou, sem acreditar no quão idiota estava sendo por brincar com a sorte.

-Oh, deus - Chloe baixou a cabeça e fechou os olhos.

-Eu sei que posso estar forçando aqui, mas nós não... - Oliver deu de ombros sem saber como continuar.

-Não existe nós, Oliver. - Chloe respondeu com hispidez. Ela largou a esponja e olhou para ele. 

- Você está aqui para salvar o que resta da sua relação com Ellie. Nada mais. OK?

-Claro - Oliver assentiu, se sentindo envergonhado.

-Mas. - Chloe mordeu o lábio inferior e reuniu coragem. - Quanto a sua pergunta. Eu sei que Ellie sofre por ter um pai, mas não por perto. E eu sei que mesmo sendo idiota o suficiente para estar longe, você a ama. - ela explicou simplesmente, tentando não transparecer suas emoções.

-Eu amo - ele confirmou sem hesitar.

-Então eu só posso rezar com todas as minhas forças para que esteja falando sério e sair do caminho. Eu sou o motivo de ela não ter o pai, não vou ser também o motivo de continuar sem ele.

Oliver piscou, mudo. O que ela estava falando? Ele deu um passo na direção dela, mas parou, balançou a cabeça e se preparou para falar. Como ela poderia pensar algo assim? Só que não teve a oportunidade de perguntar.

-Mamãe - Ellie chamou baixinho da porta.

Os dois olharam para a porta atrás de Oliver e encontraram Ellie encolhida atrás do batente. Encarando a mãe com confusão em seus pequenos olhos castanhos.

-Oi, meu amor - Chloe sorriu sinceramente para a filha. - Seu café está pronto.

Ellie devolveu o sorriso com tanta rapidez que Oliver mal teve tempo de vê-lo. Ela queria alcançar Chloe, mas ele estava no caminho e no momento Ellie não confiava nele. Seu peito se espremeu com essa constatação, como pôde ser tão cretino para magoar sua filha daquele jeito. Foram horas discutindo consigo mesmo para entender o motivo de seu surto e de apenas um segundo para chegar a decisão de que nunca mais faria aquilo. Ellie era a pessoa mais importante de sua vida, mesmo que ela não soubesse.

-Oi - Oliver disse a ela e olhou sobre o ombro, para Chloe. Ela não disse nada, apenas se manteve em silencio, cumprindo a promessa de não ajudá-lo. - Oi, princesa - ele respirou fundo pela segunda vez e se abaixou para ficar na mesma altura de Ellie.

-Oi, papai - Ellie respondeu timidamente.

-Oi. - ele repetiu, aliviado pelo menos obter uma resposta dela. - Eu vim para me desculpar por ter te deixado ontem a noite. Eu sinto muito por ter te magoado e vou fazer qualquer coisa, qualquer coisa neste mundo para compensar meu comportamento lamentável.

Chloe assistiu a tudo com ar preso no peito. Foram quatro anos imaginando o dia em que ouviria Oliver dizer aquelas palavras a ela, ele pediria perdão por tê-las deixado e prometeria compensar todo o tempo perdido. Nunca ouviria, mas ficava feliz que pelo menos Ellie tivesse aquele momento. O seu havia passado, mas o de sua filha não.

-Você acha que pode me perdoar? Ou pelo menos pensar sobre isso? - ele pediu, mas não quis pressioná-la.

Ellie deu de ombros, ela desviou o olhar por um segundo antes de encarar o pai novamente.

-Ok - Oliver disse com um suspiro. Morrendo de medo de ser rejeitado. - Nós podemos passar algum tempo juntos enquanto você pensa?

-Acho que sim... Nós podemos passear hoje? - Ellie perguntou dando um passo para longe do batente. Um pouco mais interessada.

-Claro. - Oliver respondeu imediatamente, não escondendo a empolgação da voz. - Nós podemos passear hoje - e sempre, ele pensou, mas não disse. Havia prometido a Chloe não fazer promessas. Então ele se lembrou e olhou para ela. - Se estiver tudo bem.

-Está tudo bem. - Chloe respondeu assim que se forçou a respirar.

Oliver olhou novamente para Ellie e o que viu quase o derrubou. Ela sorriu timidamente, mas com tanta doçura que seu coração saltou no peito. Ele agradeceu por estar ajoelhado e sorriu de volta para ela.

Ellie corajosamente deu mais um passo e depois outro. Ela passou por Oliver e se empurrou para cima da cadeira onde seu café a esperava. Oliver ficou de pé novamente e arriscou um olhar para Chloe. Ele queria perguntar se tinha ido tão bem quanto achava, mas se um dia conheceu cada movimento de seu rosto, hoje não conseguia mais lê-lo.

Chloe desviou o olhar e se forçou para longe da pia. Ela alcançou uma caneca e a encheu. As coisas pareciam sob controle e não tinha duvidas de que em pouco tempo Oliver teria Ellie na palma da mão. Esse era ele, charmoso e encantador quando queria. Só tinha que sair do caminho e deixar que os dois se entendessem.

-Já que ainda é o seu dia eu vou continuar com os meus planos. Vejo vocês mais tarde - ela se aproximou e se inclinou para deixar um beijo na cabeça de Ellie.

-Você vai nos deixar? - Oliver perguntou surpreso e logo se corrigiu. -Sair, você vai sair?

Chloe parou na porta antes de olhar para Oliver mais uma vez. Ela viu uma ponta de insegurança brotar no rosto dele e por um segundo se sentiu mal. Era triste que eles vivessem naquela situação. Oliver não tinha medo de saltar do topo de um prédio ou enfrentar o fim do mundo de frente, mas morria de medo de passar algum tempo ao lado da criança mais linda do mundo, a deles.

-Sim. Eu vou - Chloe respondeu a pergunta e forçou um sorriso de incentivo. - Vocês vão ficar bem, é só você fazer a sua mágica. - e saiu, os deixando sozinhos.

Ela fez o caminho para os quartos automaticamente e assim que alcançou seu quarto e fechou a porta pôde respirar novamente. Mais alguns minutos e não conseguiria mais fingir estar tudo bem. Desde o momento em que escutou a voz dele seu coração diminuiu de tamanho e o ar se tornou um grande problema.

De certa forma entendia o motivo, mas não conseguia perdoa-lo por tê-la deixado daquele jeito. Era como se nunca ficasse melhor, ou menor. Esse sentimento violento de perda, decepção ganhava força cada vez que escutava o nome dele e ter que encará-lo não ajudava em nada. Mas precisava ser forte para que Ellie nunca passasse pelo mesmo. Essa era a sua chance e não estragaria tudo. 

CONTINUA...

Deixem a autora pidona feliz comentando.