Don't Give Up On Me Now 4/?

Titulo: Don't Give Up On Me Now
Autora: Roberta Clemente
Classificação: PG-13(por enquanto, não me decidi)
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
PROLOGO 1 2 3

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O caminho entre o prédio de Chloe e o centro da cidade foi feito em silêncio por Ellie e Oliver. Ele a levou pela mão o tempo todo e de cinco em cinco segundos olhava para ela, só para checá-la e ter certeza de que ela não estava assustada por estar sozinha com ele. Tanto quanto ele estava.

Assim que eles dobraram a esquina entre o Planeta Diário e a LuthorCorp ele lançou o centésimo olhar e desta vez era ela quem estava olhando para ele e foi estranho como isso o acalmou. Ela o estudou atentamente por um segundo, como se o estivesse checando também e seu coração saltou no peito.

Eles sorriram o mesmo sorriso torto e bobo um para o outro e Oliver jurou que ela quisesse lhe dizer alguma coisa, mas o farol para pedestres ficou verde e ele se forçou a andar.

O movimento de pessoas ficou intenso de repente na calçada do jornal e Oliver olhou para baixo mais uma vez. Ellie era tão pequena e indefesa, mas ao mesmo tempo tão cheia de atitude. Ela olhava para cima, tentando enxergar o topo dos prédios sem se intimidar com nada, nem mesmo o mar de pernas a sua volta, agarrada a sua mão e a mochila nas suas costas. Tão parecida com a mãe. Ele suspirou e parou por dois segundos. Tirando a filha do chão.

-Então. - ele riu quando ela gargalhou com a surpresa e olhou em seus olhos. - O que você quer fazer? - ele perguntou a ela antes que estivessem perto da Torre do Relógio.

-Eu não sei. - ela respondeu timidamente e colocou o dedo na boca, mordendo a ponta.

-Tem certeza? Pelo que sua mãe disse você teve muito tempo planejando este final de semana - ele disse a ela carinhosamente, olhando de lado, tirando gentilmente o dedo da boca para impedi-la de continuar mordendo.

Ellie deu de ombros e olhou para baixo. Ainda magoada e desconfortável. Oliver imediatamente se sentiu mal, mas suspirou sem se deixar abater. Aquele seria um longo caminho e sabia disso. Se antes já seria difícil, agora que ela estava magoada seria ainda mais, mas estava tudo bem. Não desistiria.

-Ok. Vamos começar por hoje, certo? Tem alguma coisa que você queira muito, mas muito, muito mesmo, fazer? - ele perguntou misteriosamente, aproximando o rosto dela, arrancando mais uma risada.

Ellie riu e mordeu o lábio inferior. Claramente pensando sobre a pergunta. Seria muito fácil responder, estava na ponta da língua, mas ela podia? Podia confiar nele? Ela o olhou por um minuto inteiro e olhou por cima do seu ombro, para as pessoas ficando para trás.

-O carrossel.  - ela respondeu olhando para ele deixando suas palavras soarem mais como uma pergunta.

-O carrossel? - Oliver sorriu para ela. -Você quer ir ao carrossel?

-Sim. Eu queria pedir a mamãe, mas ela está sempre trabalhando e então eu guardei para quando você viesse me ver - ela disse um pouco aborrecida.

Oliver engoliu seco. E depois de se xingar mentalmente pela milionésima vez no ultimo dia assentiu para ela.

-Entendo. E você quer muito ir?

-Muito! - ela respondeu imediatamente, balançando a cabeça e arregalando os olhos.

-OK - Oliver riu com a animação dela. - Ao carrossel então.

-Nós vamos? - Ellie perguntou com um sussurro.

-Sim, nós vamos - ele respondeu também com um sussurro. - É só você mostrar o caminho.

-No parque. - ela disse com os olhos brilhando.

-Para o parque, princesa Queen - Oliver girou sobre os calcanhares e caminhou para o outro lado.

Oliver não estranhou Ellie querer ir ao carrossel, de longe pode ver o tamanho e imaginou como ele ficaria de noite, todo aceso. Deveria ser muito bonito.

Ele colocou Ellie no chão quando se aproximaram e ela correu na direção do brinquedo com o entusiasmo de qualquer criança, se esquecendo de todo o resto por um segundo. Oliver respirou fundo para se impedir de chamar o nome dela. Ainda estava morrendo de medo de se afastar, com medo de perdê-la ou que alguma coisa acontecesse.

Mas para seu alivio imediato Ellie parou diante do carrossel e o encarou, encantada. Por alguns segundos ela ignorou toda sua insegurança, seus medos e olhou para os cavalos de madeira com o olhar inocente de uma criança, que acredita que tudo é mágico. Ela deu um passo a frente, mas se deteve, olhando para Oliver.

-Você não vem? - ela inclinou a cabeça e olhou para ele a espera de uma orientação.

Oliver que estava assistindo de longe se aproximou com um sorriso, então viu os olhares curiosos a sua volta. Podia ver agora que ele e Ellie haviam chamado atenção e estavam sendo analisados e foi como acordar de um sonho. Sua garganta ameaçou se fechar e ele travou. 

Talvez tivesse sido melhor ir para a cobertura, todos veriam o quão ruim era como pai. Estavam esperando o desastre eminente.  O mesmo ataque de panico que teve na noite passada e que o fez correr pela porta e deixar Ellie começava a ganhar força quando escutou a voz mais doce do mundo.

-Papai?... Você vai comigo? -  Ellie pediu o olhando por baixo.

Foi como se todo o ar fosse sugado dos seus pulmões e fosse transportado para outro lugar, outro tempo.  Oliver se viu entrando em um quarto branco, podia sentir o cheiro de éter e remédios no ar. O bip constante vindo de vários lugares ao mesmo tempo.

-Você pode ficar com ela o quanto quiser, sr. Queen - a enfermeira o informou com simpatia de quem conhecia a gravidade da situação.

-Obrigada - Oliver agradeceu sem realmente olhar para ela. Seus olhos estavam presos na pequena caixa transparente no centro do quarto.

Ele caminhou com calma e todo o medo do mundo na direção dela. Aquele seria um daqueles momentos que nunca esqueceria, que dividiria o tempo e marcaria sua vida para sempre.

Em um segundo estava tremendo e no outro com as mãos espalmadas contra o vidro da incubadora. Encarando sua filha, sua pequena e muito frágil filha. E ela era linda, tão linda que se viu em lágrimas assim que colocou os olhos sobre ela.

Ela tinha o cabelo loiro e pele branca da mãe, até mesmo as três pequenas pintas na bochecha. Oliver chorou ainda mais de felicidade. Aquela pessoinha era um pedaço dele e de Chloe. Ele e Chloe haviam feito a criança mais linda do mundo.

Estava completamente apaixonado e seus coração parou no segundo em que ela soltou um pequeno resmungo. Aquilo tornou tão viva e real. Sua mente viajou e Oliver imediatamente se imaginou levando tapas nas costas de seu pai e um abraço apertado de sua mãe.

Ele riu sozinho enquanto tentava afastar as lagrimas que o impediam de continuar a olhar para ela. Precisavam escolher um nome, não poderiam chamá-la de 'ela' para sempre. Como a apresentaria a todo mundo sem um nome?... Não cabia em si de tanto orgulho, só imaginando.

Então a mesma enfermeira entrou no quarto novamente e se aproximou deles. Oliver deu passo ao lado para que ela pudesse trabalhar e observou quando ela baixou o vidro que os separava do pequeno corpo de sua filha. Então começou a se dar conta da quantidade de fios ligados a ele.

-Ela é forte - ela disse despreocupadamente. - Considerando tudo o que passou.

Oliver piscou algumas vezes e olhou para ela. Tudo veio a sua mente com uma força tão violenta que parou de respirar por algum tempo. Os últimos meses e onde estavam agora, na UTI neonatal. Não era para ser daquele jeito. Por sua culpa ela não estava no colo da mãe.

Foi preciso alguns minutos para se aproximar de novo depois de serem deixados sozinhos novamente. Estava chorando ainda mais por ter que fazer o que estava prestes a fazer. Dizer adeus.

-Papai. Você não quer ir comigo? - Ellie o chamou com os ombros encolhidos.

Oliver respirou fundo como se estivesse submergindo de águas muito profundas e olhou para ela, a enxergou. Era a mesma pessoinha de quase cinco anos atrás, pronta para ser magoada de novo.

Aquele também era um divisor na sua vida. Assumiria de uma vez por todas a garota a sua frente que só queria o seu amor ou iria embora de uma vez? Estava pronto para enfim amá-la de volta ou fracassaria mais uma vez?

-É claro que eu quero! Ir com você é o que eu mais quero nesta vida, princesa - ele correu até ela e a pegou no colo, não se cansando de ouvi-la gargalhar mais uma vez. - As fotos nos jornais de amanhã serão interessantes. - ele se aproximou da entrada do carrossel.

-A mamãe vai ver? - ela perguntou fazendo bico. - Nós teremos de trazê-la também. Pra ela não ficar triste, não é? - ela segurou o rosto do pai com as duas mãos enquanto passavam pela catraca. 

-Claro. Não queremos ver a sua mãe triste. - ele respondeu sinceramente. - Mas enquanto isso, por que você não escolhe um dos cavalos? Um que caiba nós dois.

Ellie arregalou os olhos e abriu a boca. Depois analisou os lugares e apontou para um mais ao centro. Oliver a colocou no chão e deixou que ela corresse livre até lá. Seu coração ainda estava disparado, mas batia de um jeito todo diferente desta vez. Mais aliviado.

CONTINUA...

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