quinta-feira, 31 de maio de 2012

The Story of You and Me 13/22

Resumo: Um inesperado visitante do passado leva Chloe e Oliver para um futuro não tão distante onde eles experimentam uma vida que nunca imaginaram. Mas o verdadeiro desafio é manter o foco sem perder de vista sua própria realidade.
Classificação: NC-17
Aviso: Segue os acontecimentos até Hex e depois seguimos do nosso jeito.
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13/22

Chloe estava parada na cozinha, olhando para a panela com água que estava no fogo. Ela se perguntou se sua versão do futuro cozinhava ou se ela e Oliver sempre pediam. Ela deu um passo à frente, jogou o conteúdo da caixa de massa e mexeu na água por alguns segundos antes de se afastar e observar novamente. Seus olhos foram na direção do relógio e ela suspirou. Sua noite tinha sido uma bagunça.  


Depois de finalmente ter se recomposto o suficiente pra sair do banheiro, fingiu não estar se sentindo bem e pediu pra Tess finalizar o trabalho na Watchtower. A ruiva ficou preocupada e fez uma tonelada de perguntas antes dela conseguir sair e ir para a cobertura.

Chloe tomou um banho quando chegou em casa e enquanto estava lá tomou uma decisão, uma que planejava manter. Por mais que não quisesse, precisava conversar com Oliver sobre o que tinha acontecido mais cedo e se desculpar por praticamente ter se aproveitado dele na Watchtower. Estava tão envergonhada com o jeito que tinha agido que só de pensar nisso já ficava vermelha. Ela realmente desejava que não tivesse criado outra tensão entre eles. Chloe foi tirada de seus pensamentos quando percebeu que a água estava fervendo e borbulhando pra fora da panela.

Ela deu um passo à frente, desligando o fogo e xingando. Parece que não estava conseguindo fazer nada direito esta noite. Chloe deixou a panela no fogo e abriu a geladeira. Eles ainda tinham sobras do dia anterior que podiam comer; isso teria que ser suficiente para a noite. Ela podia sentir o nervosismo aumentar e se contemplou bebendo um copo do uísque de Oliver para ganhar coragem, mas decidiu contra. 

Chloe foi para o sofá da sala e se sentou sobre as pernas, a seda de sua camisola subindo enquanto se situava para esperar Oliver. Ela olhou para as janelas da varanda e respirou fundo antes de expirar devagar, tentando relaxar quando ouviu o som do elevador. Ela mordeu o lábio inferior e esperou que Oliver entrasse no apartamento enquanto lutava contra o desejo de correr e se esconder no quarto.

Oliver esperava ansioso o elevador chegar à cobertura. Já tinha quase tido um ataque cardíaco quando voltou para a Watchtower e Tess tinha lhe informado que Chloe tinha ido pra casa porque não estava se sentindo bem. Oliver se forçou a não entrar em pânico porque Tess deixou bem claro que ela achava que tinha algo errado com Chloe. Ele tentou contar a mesma história que tinha usou com Hal sobre as coisas andarem agitadas e que os dois só precisavam de um descanso, mas Tess não tinha se convencido. Hal obviamente também não estava convencido, mas conseguiu segurar Tess tempo suficiente para Oliver se trocar e ir embora.

Ele também não achava que Chloe estivesse doente, mas ficou preocupado. Oliver tinha estado tão distraído pelo que Hal tinha contado, que esqueceu sobre o que tinha acontecido antes de Tess e Hal interrompê-los. Ele se perguntou se este era o real motivo para Chloe ter ido embora. Talvez ela estivesse tão horrorizada pelo jeito como ele se comportou que precisava de um tempo sozinha. Se fosse esse o caso, Oliver não tinha ideia do que fazer pra ela se sentir melhor. ‘Desculpe se meu toque te causa repulsa, Sidekick, e por falar nisso, estou me apaixonando por você’ não soava muito bem. Oliver suspirou quando o elevador soou, sinalizando sua chegada.

As portas se abriram e ele entrou no apartamento. Já ia chamar Chloe quando a viu no sofá. Ele ficou aliviado. Não era que Oliver esperasse que ela tivesse ido embora porque sabia que ela não podia exatamente voltar para o passado sem ele, mas se sentiu melhor ao vê-la ali embora ainda não soubesse o que dizer. “Oi”, ele disse enquanto ia em sua direção. Oliver viu o corpo dela ficar tenso e ele se forçou a não ficar desapontado. Não era como se estivesse esperando que ela fosse correr para os seus braços e sugerir que continuassem de onde tinham parado. “Você está bem?” ele perguntou baixinho.

Chloe se virou de frente pra ele e assentiu, seu peito apertando à preocupação em seu rosto. Não era sua intenção deixá-lo preocupado. “Eu estou bem”, ela disse enquanto dava um tapinha no assento ao seu lado, lutando contra o desejo de puxá-lo para um abraço. Não conseguia impedir as emoções conflitantes dentro dela. Uma parte sua queria puxá-lo mais perto e dizer que tinha sentido sua falta e que precisavam descobrir o que tinha acontecido com ele para garantir que nunca viesse a acontecer quando voltassem pra casa.

A outra parte estava tão envergonhada por seu comportamento que queria se desculpar e se esconder sob um lençol pelo resto da eternidade, mas o desejo de estar perto dele era muito grande. “Quer sentar?” ela perguntou hesitante quando ele não se sentou imediatamente.

“Claro”, Oliver disse. Ele deduziu que essa era a parte onde ela estabeleceria a regra que envolvia nunca mais tocá-la. Ele se sentou no sofá, deixando o que imaginou ser um espaço respeitável entre os dois enquanto estudava o rosto dela. Ele vinha passando tanto tempo com Chloe nos últimos dias que conseguia lê-la muito bem. Ou pelo menos, achava que conseguia, mas agora não tinha tanta certeza assim. Ele lhe deu um sorriso que nem chegou perto de alcançar os olhos enquanto tentava descobrir o que deveria dizer.

“Eu fiquei preocupado quando vi que você não estava na Watchtower”, Oliver admitiu. “Tess me disse que você não estava se sentindo bem e eu não sabia se você estava mesmo doente ou...” Sua voz parou. Não sabia como terminar a frase. “... se as coisas tinham te afetado.”

Chloe percebeu o espaço entre eles e seu peito apertou. Sabia que tinha deixado as coisas estranhas entre eles e agora ele nem queria chegar perto dela. Seu coração apertou e ela tentou não deixar a dor transparecer em seu rosto. Ela olhou para as mãos e respirou fundo. “Eu fiquei um pouco afetada com as coisas que ela me disse e eu tive que vim pra cá”, ela disse com um dar de ombros.

“Como foi a patrulha?” ela perguntou olhando pra ele, tentando saber o que significava a expressão em seu rosto. Queria estender a mão e tocá-lo, mas tinha medo que ele se afastasse dela e depois da última semana ou mais ela meio que tinha se acostumado com ele a tocando, estava quase com medo de saber como seriam as coisas de agora em diante. Fazia só algumas horas, mas ela já sentia falta da proximidade. Chloe voltou a se concentrar na conversa e lhe deu um sorriso enquanto encontrava seu olhar e esperava por uma resposta.

Alguma coisa estava muito errada. Ignorando seu melhor julgamento Oliver se aproximou dela no sofá. Ele hesitou por alguns segundos antes de estender a mão e tocar o rosto dela. “Chloe, o que foi? O que Tess disse que deixou chateada?” ele perguntou preocupado. Oliver se perguntou se ela tinha descoberto mais sobre a história do que ele ou se ela estava chateada com tudo em geral. De qualquer jeito, ele queria fazer as coisas melhorarem pra ela. Sua mão acariciou o rosto dela enquanto a observava e esperava que ela lhe dissesse o que estava lhe incomodando.

Chloe suspirou aliviada quanto sentiu a mão dele em seu rosto e colocou a mão sobre a dele antes de encontrar seus olhos. “Ela me contou o que aconteceu com você, ou o suficiente pra eu juntar alguns pedaços do que aconteceu”, ela disse, um nó se formando em seu estômago enquanto tentava não deixar o emocional tomar conta. Chloe olhou pra cima e encontrou os olhos dele. “Eu sou a razão pra você ter sido ferido.” Sua voz era baixa e suas sobrancelhas estavam franzidas. “Dois meses atrás alguém que prendemos numa instituição psiquiátrica escapou e raptou Lois e eu”, ela parou, se corrigindo. “As futuras Lois e eu, obviamente”, ela disse a ele colocando sua mão na perna dele.

“Tess disse que você se sacrificou pra me salvar, isso deve querer dizer que você se entregou no meu lugar, sem saber que Clark já tinha nos encontrado.” Suas palavras um pouco gaguejadas enquanto encontrava o olhar dele. “Ele torturou você por minha causa. Eu vou pesquisar o banco de dados agora que eu tenho mais detalhes e descobrir o que aconteceu. Assim, podemos garantir que não aconteça no nosso futuro”, ela disse antes de olhar de novo pra ele. “Promete que quando voltarmos você não vai fazer isso. Promete Ollie, por favor.”

Assim que ele concordasse, ela ia se afastar e se desculpar por tê-lo deixado desconfortável, mas até lá, ia aproveitar a sensação do toque dele o máximo que pudesse, porque os braços dele eram muito reconfortantes quando estavam ao seu redor.

“Eu não posso prometer isso, Chloe”, Oliver disse. Desejava que pudesse dizer o que ela queria ouvir porque odiava vê-la tão preocupada, mas não ia mentir pra ela. “Hal falou mais ou menos a mesma coisa, mas você está esquecendo a parte onde é culpa minha que você tenha sido raptada. Quem quer que seja esse cara, ele tinha algo contra mim e descontou em você”, ele pontuou.

Oliver levou a outra mão até o rosto dela enquanto lutava contra o desejo de se inclinar e beijá-la. Sabia que ela não deveria estar nem pensando nisso e que tinham que se concentrar em descobrir o que aconteceu para que pudessem fazer um trabalho melhor, mas seu lado egoísta só queria beijá-la e tocá-la e prometer que tudo ia ficar bem mesmo que não tivesse como afirmar isso.

Chloe franziu a testa. “Não foi culpa sua e se você não vai me prometer isso, então eu vou ter que garantir que isso jamais aconteça”, ela disse com um olhar determinado. A sensação dos dedos dele contra sua pele estava lhe distraindo e isso a lembrava da outra coisa que precisava conversar com ele. Chloe umedeceu os lábios e se afastou levemente, tirando as mãos dele de seu rosto, mas as mantendo nas mãos dela.
“Sobre o que aconteceu mais cedo”, ela começou, parando enquanto tentava descobrir por onde começar e como se desculpar com ele pelo jeito que tinha agido naquela noite.

“Chloe”, Oliver começou. Ele não fazia ideia do que deveria dizer, mas sentia que tinha que se desculpar com ela por ter se aproveitado da situação. Não sabia como fazer isso quando tudo que ele queria era tê-la em seus braços novamente. “Desculpe”, ele disse. “Eu não queria deixar as coisas estranhas entre nós. Eu sei que é tudo muito embaraçoso pra você e sinto muito por ter piorado.” Ele olhou para suas mãos unidas antes de encontrar seu olhar. Mais uma vez, ele não conseguia ler a expressão em seu rosto e não sabia se estava piorando as coisas pra si mesmo a cada palavra que saía da sua boca.

Chloe franziu a testa de novo e balançou a cabeça. “Não, a culpa foi minha. Eu estou tão envergonhada pelo jeito que eu agi, eu só...” ela parou, seu rosto ficando vermelho. “Normalmente eu não sou daquele jeito”, ela disse enquanto olhava pra ele. “Eu sei que você não me afastou porque não queria deixar tudo mais embaraçoso. Eu realmente sinto muito em ter te colocado naquela posição”, ela disse, desviando o olhar.

“Eu estou tão envergonhada, eu sei que essa não é nossa vida”, ela disse enquanto olhava pra ele, seu coração acelerando. “Mas eu não posso evitar me sentir tão próxima de você, eu...” Sua voz foi cortada, incapaz de dizer a ele que tinha certeza que tinha sentimentos por ele porque era muito ridículo. Eles estavam juntos há duas semanas... como alguém desenvolve sentimentos tão rápido? Mas Chloe sabia o que estava sentindo.

O coração de Oliver foi parar na garganta com as palavras dela. Ela não estava triste pelo que tinha acontecido entre eles, ela estava preocupada que ele não tivesse gostado. “Chloe”, Oliver disse. Ele queria que ela olhasse pra ele, e quando ela não levantou a cabeça ele fez isso por ela. Oliver segurou o rosto dela em sua mão, roçando o polegar sob seu queixo. “Eu também me sinto próximo de você e não só por causa dessa situação. Sim, é parte da razão pra nos conhecermos tão bem tão rápido, mas isso não tem nada a ver com o fato de eu não conseguir parar de pensar em você.” Ele lhe deu um momento pra processar suas palavras antes de continuar.

“Caso você tenha esquecido, eu beijei você”, Oliver a relembrou. “Você estava tentando ter uma conversa produtiva e minha mente estava em outro lugar.” Ele olhou para os lábios dela novamente e lhe deu um olhar. “Então eu te beijei de novo e te arrastei para o meu colo. De jeito nenhum eu estava te beijando apenas pra ser educado.” Ele ergueu as sobrancelhas. “Foi por isso que você me beijou de volta? Você estava sendo educada?” ele perguntou, querendo que ela percebesse o quanto esse pensamento era ridículo.

“Não, claro que não, eu estava—“ Ela parou no meio da frase e olhou pra ele e podia ver que ele esperava que ela entendesse o que ele estava tentando dizer. Chloe ficou vermelha de novo e balançou a cabeça. “Eu estou sendo ridícula de novo”, ela disse. “Então... nos beijamos, de verdade. Foi totalmente nos”, ela disse, aproximando-se dele, incerta de porque precisava da confirmação.

“Fomos nós”, Oliver concordou. Ele deslizou a mão em seu cabelo e inclinou a cabeça dela pra trás enquanto se inclinava sobre ela. “Só pra constar, isto é a gente também.” Oliver diminuiu a distância entre eles e cobriu os lábios dela com os seus. Ele não teve pressa, desfrutando da sensação da boca sob a dele antes de correr a língua sobre os lábios dela, provocando-a até que ela abrisse a boca e permitisse que ele aprofundasse o beijo.

Chloe gemeu em sua boca, deixando-o aprofundar o beijo, suas línguas duelando por controle enquanto ela retomava o beijo com o mesmo entusiasmo que ele. Ela não se afastou até que o ar se tornasse um problema e seus pulmões começassem a queimar. Uma de suas mãos estava segurando a nuca dele, a outra contra seu braço enquanto respirava fundo. “Wow”, ela sussurrou, sem se afastar e acariciando o braço dele. “Completamente nós”, ela sussurrou ao encontrar seu olhar com um meio sorriso.

“Completamente nós”, Oliver repetiu. Ele pressionou um rápido beijo em seus lábios antes de se recostar contra o sofá. Sua mão ainda no cabelo dela. “Que bom que resolvemos isso, Sidekick, porque estragamos tudo de novo hoje. Nossa versão do futuro tem sérios problemas de ansiedade com a separação e eu ter saído sem te beijar fez Hal achar que estamos com algum problema. Acho que não foi muito bom para Tess também, considerando o jeito que ela sorriu quando voltamos da patrulha.”

Eles tinham que melhorar muito na parte do fingimento. Seus amigos eram uma grande parte de suas vidas e pareciam conhecê-los muito bem. “Eu tentei arrancar mais informações de Hal, mas além do fato de eu ter sido raptado, ele não me falou muito mais. É difícil me segurar pra não fazer perguntas para as quais eu já deveria saber as respostas.”

Chloe assentiu e se aproximou ainda mais dele, moldando o corpo contra sua lateral. “E você pode culpá-los? Eu não me surpreenderia se a futura eu te prendesse e nunca mais te deixasse sair de casa”, ela disse com um sorriso. “Hmm, é uma boa ideia”, ela brincou, desfrutando o clima mais leve. “E você está certo. Tenho certeza que eu assustei Tess quando entrei em pânico e corri para o banheiro”, ela disse com um suspiro.

“Nós somos péssimos nessa história de fingir que somos casados”, ela disse enquanto lhe dava um olhar de lado. “Deveríamos trabalhar nisso”, ela disse antes de dar de ombros. “Talvez devêssemos apenas... fazer o que parecer natural?” ela disse.

Oliver passou os braços ao redor dela, puxando-a ainda mais contra seu corpo. “Eu não os culpo. Assim que Hal me disse que você foi raptada, eu mal consegui me controlar, tudo que eu queria era voltar correndo para a Watchtower pra ver se você estava bem.” Ele deu um beijo no alto de sua cabeça. “Eu sei que isso não aconteceu com a gente, que estamos bem agora, mas eu entendo porque eles ficaram tão colados. Eu também ia preferir não deixar você sair de vista”, ele admitiu.

Ele refletiu sobre outro ponto. Não estavam fazendo um bom trabalho fingindo que eram casados, mas Oliver tinha a sensação que tinha mais a ver com o fato de estarem em outro nível de seu relacionamento, diferente de suas contrapartes. “Você está certa sobre precisarmos agir mais naturalmente, mas precisamos pensar como eles. Nunca transamos e eles estão num ponto em que as pessoas o interrompem e eles nem ligam mais.”

Chloe fez o melhor pra não ficar vermelha com a declaração. “Eu tenho quase certeza que qualquer versão de mim não fica numa boa com as pessoas interrompendo atividades de qualquer tipo”, ela disse enquanto cutucava seu peito, seus pensamentos lhe dizendo que havia uma coisa que podia fazer pra resolver essa parte do problema. Ela clareou a garganta e correu uma mão pelo peito dele. “Alguma sugestão sobre como pensar igual a nossas contrapartes?” ela perguntou.

“Amanhã vou pesquisar mais e tentar descobrir quem nos raptou”, ela disse enquanto inclinava a cabeça para olhar pra ele.

“Eu posso garantir que ser interrompido também não está nada bem pra mim em qualquer versão”, Oliver disse. Ele colocou a mão sobre a dela que estava em seu peito, correndo o polegar pela pele dela distraidamente. “Você disse que a base de dados mantém uma lista das missões de sucesso, então devemos conseguir encontrar uma lista das pessoas que prendemos. Alguém que teria motivos pra ser um velho inimigo. Ou assim, ou vamos ter que arrancar a informação dos nossos amigos.” O dia estava começando a lhe deixar cansado e ele tentou não bocejar enquanto descansava a cabeça nas costas do sofá.

“E quanto a pensar mais igual as nossas contrapartes, sugiro que paremos de pensar do jeito deles”, Oliver disse. “A vida deles é tão diferente da nossa que olhamos pra eles como se fossem estranhos, mas eles são a gente. Ao invés de parar e pensar ‘hmm... como a Chloe reagiria nesta situação’, você precisa simplesmente reagir. Eu preciso fazer o mesmo. Não confiamos em nossos instintos e estamos questionando coisas sobre as quais nem pensaríamos duas vezes”, ele pontuou. “Se o que aconteceu antes não tivesse sido a primeira vez, como você reagiria a alguém nos interrompendo?”

Ela inclinou a cabeça para o lado, uma expressão pensativa no rosto enquanto mordia o lábio inferior antes de responder. “Eu provavelmente teria ficado um pouco vermelha, mas ficaria mais...” Ela hesitou por um segundo para pensar sobre. “Irritada?” ela disse, mas havia dúvida em seu tom. O resto das palavras dele foram registradas e ela assentiu. “Eu vou fazer uma lista amanhã e então podemos estreitá-la juntos”, ela disse a ele. Chloe o observou por um minuto. “Então vamos apenas, ser eles... quer dizer, a gente”, ela corrigiu.

Oliver assentiu. “Eu ficaria irritado também e tenho certeza que era o que Tess e Hal estavam esperando. Mas eu acho que devemos ser nós mesmos. Podemos não saber todos os fatos, mas acho que não vamos mudar tanto assim em dois anos que nossas reações às coisas sejam tão diferentes.” Ele ainda segurava a mão dela em seu peito e entrelaçou seus dedos juntos e colocou suas mãos em seu colo enquanto se mexia pra ficar de frente pra ela. “E ainda precisamos decidir o que vamos fazer em relação a nós”, ele disse.

Chloe ergueu uma sobrancelha, seu coração acelerando quando ele disse ‘nós’. Seu peito se encheu de calor enquanto inclinava a cabeça para o lado e respirava fundo. “Eu gosto de você”, ela disse baixinho. “Então talvez ao invés de definir tudo, podemos simplesmente... ir vivendo um dia de cada vez?” ela perguntou. “E fazer o que parecer certo?” Ela sabia que não era muito, mas queria estar com ele, mesmo que não soubesse como dizer isso.

“Eu também gosto de você”, Oliver disse. Ele se inclinou e roçou os lábios nos dela. Afastando-se, ele descansou a testa na dela e encontrou seu olhar. “Não temos que definir nada e podemos ir devagar do jeito que você quiser.” Ele estava bem com isso, mesmo que um pouco preocupado que as linhas ficassem confusas entre eles, mas só ia se preocupar com isso quando chegasse a hora. Ele não queria apressar nada. Tudo que ele queria era ficar com Chloe. “Você comeu alguma coisa hoje?” ele perguntou, sabendo a resposta já que eles não tinham almoçado juntos e ele duvidava que ela tivesse comido depois, já que estava chateada.

Chloe lhe deu um olhar tímido. “Eu comi meio muffin”, ela disse com um sorriso. “E alguns copos de café”, ela disse enquanto levava uma mão até o estômago dele. “E você? Comeu alguma coisa?” ela perguntou estudando o rosto dele e se inclinando num impulso, pressionando um beijo na mandíbula dele, em seguida correndo o nariz contra seu pescoço, felicidade inundando seu peito em saber que Oliver também gostava dela.

Ele sorriu enquanto emaranhava a mão no cabelo dela de novo. “Eu almocei mas faz muito tempo. Vem, vamos ver o que encontramos na cozinha”, Oliver sugeriu. Ele puxou Chloe de pé e passou o braço ao redor da cintura dela, segurando-a junto a sua lateral enquanto entravam na cozinha. Ele sabia que tinham que consertar as coisas com Hal e Tess e ainda tinham que trabalhar em serem eles mesmos, mas pelo resto da noite, tudo que ele queria era passar o tempo com Chloe e desfrutar o fato de estarem na mesma página. Tudo mais podia esperar.
________________

Chloe estava parada em frente ao computador principal da Watchtower, seus olhos escaneando as informações na tela. Fazia dois dias desde que ela e Oliver tinham conversado e as coisas desde então estavam tranquilas. Eles estavam no futuro ou numa realidade diferente, ainda não sabiam qual, há um total de dezesseis dias e além de algumas pistas aqui e ali sobre o que tinha acontecido nos últimos dois anos por meio de seus amigos, ela e Oliver ainda estavam no escuro. Mas pelo menos não estavam estragando as coisas tanto quanto antes, o que já era alguma coisa.

A luz do monitor bipou e ela foi arrancada de seus pensamentos e olhou pra cima, percebendo que sua busca tinha terminado. Chloe passou a manhã procurando em todas as missões completadas nos últimos dois meses e cruzando referências com os ferimentos de Oliver e os bandidos que tinham prendido. Disso, ela conseguiu compilar uma lista de seis possíveis criminosos, embora só um ou dois fosse familiar pra ela. Chloe desejava que Oliver pudesse falar alguma coisa sobre as outras pessoas da lista.

Assim que ele fizesse isso, ela conseguiria estreitar a lista ainda mais e então pesquisar sobre esse nome na base de dados, o que lhe daria uma lista mais específica de missões que tivessem a ver com essa pessoa. Chloe sabia que assim que chegassem a este ponto, conseguiriam descobrir exatamente o que tinha acontecido na missão em que Oliver foi tirado dela. O peito de Chloe apertou ao pensamento. Ela engoliu em seco e empurrou o pensamento de lado.

Oliver estava bem; ele estava em seu escritório finalizando alguns negócios. Ela tinha mandado uma mensagem pra ele não há muito tempo e ele estava entrando numa reunião. Ela sorriu, seus dedos movendo-se contra o teclado rapidamente enquanto acrescentava toda informação em sua lista de pessoas antes de mandar imprimir. Estava indo para a impressora quando um alerta soou, avisando que havia alguém no elevador. Ela franziu a testa e se virou para checar o vídeo e ver quem era.

Chloe mordeu o lábio quando viu Lois no elevador. Não tinha certeza se tinha marcado alguma coisa com a prima, mas ia ter que arriscar. Ela pegou os papeis da impressora, os dobrou e os guardou na bolsa bem quando as portas duplas se abriram. Chloe xingou internamente e deu a Lois um rápido sorriso, indo até o monitor para se livrar das buscas antes que sua prima visse. “Ei, Lois, tudo bem?” ela perguntou.

“Ei, Chlo”, Lois respondeu com um sorriso. Ela tirou o casaco e colocou sobre um dos gabinetes junto com a bolsa. “O dia está fraco em notícias, então pensei em ver minha prima preferida.” Isso era parcialmente verdade. Ela tinha se encontrado com Tess naquela manhã e ela lhe falou sobre o estranho encontro que teve com Chloe e Oliver na outra noite. Tess e Hal ficaram preocupados e isso preocupou Lois, então ela queria ver se descobria o que estava acontecendo com Chloe de uma vez por todas.

“O que você está fazendo?” ela perguntou enquanto se sentava no sofá e dava um tapinha no espaço ao lado. “Clark disse que as coisas andam tranquilas na patrulha. Imagino que você e Oliver estejam usando o tempo livre sabiamente”, ela brincou.

Chloe fechou as janelas de busca antes de ir até o sofá e sorrir para sua prima enquanto se sentava. “Não aproveitamos sempre?” ela brincou de volta, se perguntando se isso seria o que a sua outra versão diria. Ela parou ao pensamento e se lembrou das palavras de Oliver na outra noite. Eles precisavam parar de pensar como se fossem pessoas diferentes e começar a reagir como se fossem eles mesmos, se é que isso fazia sentido.

Chloe se recostou, virando o corpo pra ficar de frente para Lois. “Como vão as coisas?” ela perguntou enquanto erguia uma sobrancelha na direção de sua prima.

“Bem”, Lois respondeu. “As coisas andam tranquilas no Planeta. Clark esteve em casa uma hora inteira em três noites seguidas, acredite se quiser, e a Sra. Kent pode vir fazer uma visita semana que vem. Ela tem alguns compromissos como senadora pra resolver primeiro, mas se ela aparecer esperamos você e Ollie para o jantar.”

Ela sorriu para sua prima. “Então minha nova vida é essa tranquilidade. O que está acontecendo com você? Eu sinto como se não conversássemos há séculos. Me conte tudo”, ela disse enquanto olhava pra prima atentamente, procurando por alguns sinal do que a estava incomodando.

Chloe assentiu. “Se a Sra. Kent vir pra cidade definitivamente damos uma passada por lá”, ela disse antes de dar de ombros e cruzar as pernas enquanto sorria para sua prima. “Não tem nada de mais acontecendo.” Chloe podia ver Lois observando sua expressão e se certificou em manter o sorriso no rosto. “Ollie tinha um monte de contratos pra resolver essa semana, mas além disso, nada de mais. E eu venho correndo algumas missões aqui e ali, mas o de sempre”, disse com uma pequena risada, sentindo-se muito mais relaxada do que da última vez que falou com Lois.

Lois assentiu. Chloe não ia lhe dar muito com o que trabalhar e isso era o mesmo que uma bandeira vermelha. Ela sabia que sua prima não era do tipo que compartilhava demais, mas fazia muito tempo desde que era tão difícil arrancar uma simples informação dela. Era estranho que ela não tivesse nada de novo pra contar além do que Ollie estava fazendo no escritório. Isso não era exatamente um bom material pra fofoca. “Oh, eu falei com Carter outro dia e ele disse que pode vir pra cá daqui a alguns dias. Tenho certeza que Oliver está animado”, ela brincou. Lois estava desesperada pra manter a conversa a esta altura; algo que nunca tinha acontecido antes, mesmo quando sua prima ainda guardava segredos dela.

“Oh”, ela disse, tentando se lembrar o que tinha no arquivo dele. “Não sabia que ele ia voltar tão rápido”, ela disse com um sorriso. “Eu vou avisar ao Ollie”, Chloe parou, tentando pensar no que podia dizer pra continuar a conversa. Como não sabia muito, ia ter que falar qualquer coisa. Um pequeno suspiro deixou sua garganta enquanto ela se mexia no sofá e olhava para sua prima. “Acho que vou fazer um café, você quer?” ela perguntou enquanto se levantava do sofá e ia para a cozinha.

“Como vão os planos do casamento?” Chloe realmente desejava que isso ainda não tivesse sido decidido ou estaria em problemas. Ela apertou alguns botões da cafeteira enquanto esperava pela resposta de Lois.

“Certo, já chega”, Lois disse. Ela seguiu Chloe até a cozinha, cruzou os braços sobre o peito e encarou sua prima. “Você precisa me dizer agora o que está acontecendo. Já é ruim o suficiente Tess me dizer que interrompeu você e Oliver na outra noite e que vocês reagiram como se estivessem fazendo alguma coisa errada e então ele saiu daqui sem nem se despedir. Mas agora, eu te digo que Carter está vindo pra cidade e você não faz nenhuma piada sobre janelas?” Ela balançou a cabeça.

“E então você me pergunta sobre o casamento? Chloe! Você sabe que não discutimos planos para o casamento depois do que aconteceu. Chloe, eu estou preocupada com você. É como se você fosse uma pessoa completamente diferente e eu não entendo porque você não me diz o que está errado.”
Ela não entendia o que poderia ter acontecido. Chloe e Oliver pareciam desligados nas últimas semanas, mas isso era demais. Lois achou que talvez Chloe estivesse grávida e que seus hormônios estivessem bagunçando seu humor, mas agora parecia que ela estava sofrendo de perda de memória também.

Chloe gelou e engoliu em seco antes de se virar de frente para Lois, tentando manter uma expressão calma e livre de culpa. “Deus, você está certa, eu sinto muito, Lois. Essa pergunta foi muito insensível da minha parte. Acho que não estou me sentindo eu mesma ultimamente”, disse com a testa franzida. Ela colocou a xícara de lado e tentou imaginar como sair dessa.

“Eu não tenho dormido bem e sinto como se estivesse tudo uma bagunça. Metade do tempo em que estou acordada de verdade, eu estou distraída. Não faço ideia do que está errado comigo”, ela disse baixinho antes de apertar os lábios na esperança que Lois engolisse essa e lhe desse algum tempo pra pensar numa desculpa melhor.

“Chloe, eu preciso que você vá ao médico. Se você não quiser ver Emil, eu tenho certeza que ele pode recomendar alguém pra fazer um check-up. Eu sei que não posso falar muito, mas você não come direito e sobrevive de café. Normalmente isso não é nada demais, mas depois do que você passou quando Ollie estava desaparecido, você precisa de um tempo. O que aconteceu com a viagem? Achei que você e Ollie fossem tirar uma folga”, Lois a relembrou. Ela procurou pelas mãos de Chloe e as segurou com força enquanto observava sua prima.

“E você não estava sendo insensível. Eu sei que Tess zomba de mim por eu ser supersticiosa, mas depois da primeira tentativa de casamento ter que ser abortada e Clark ser chamado durante a segunda, se eu esperar que a terceira dê certo, nem vou falar. Mas sério, se não der certo de novo, eu vou roubar sua história e Clark e eu vamos nos casar sozinhos e só vamos avisar quando voltarmos.” Ela estreitou os olhos para sua prima. “Não se atreva a me chamar de hipócrita por causa do tanto que eu briguei com você. Eu tenho o direito.”

A nova informação a surpreendeu e ela pensou em contar a Oliver depois enquanto se agarrava à desculpa que Lois lhe deu. Ela apertou a mão de sua prima. “Você está certa, exceto sobre a parte do médico. Tenho certeza que Emil nos examinou quando voltamos. Não preciso de outro médico me cutucando”, ela disse. Ela podia ver o quanto Lois se preocupava com ela e embora soubesse que sua versão de Lois a amava e faria qualquer coisa por ela, com o fato de não se verem, era fácil esquecer.

“E também, por mais que eu te ame, eu entenderia se vocês quisessem fugir, eu posso garantir que teria menos problema”, ela brincou tentando assegurar a morena. “E quanto a tirar uma folga, acho que Ollie e eu precisamos ver isso. Ele anda ocupado e eu estou... re-arquivando algumas coisas. Talvez eu consiga arrastá-lo para um fim de semana fora”, ela disse pensativa, se perguntando se deveriam de fato fazer isso e levar toda informação que conseguissem com eles pra juntar o resto das peças sem correrem o risco de serem pegos.

Ela parou e deu a Lois um pequeno sorriso. “Obrigada, Lo, os últimos dias têm sido uma montanha russa emocional, desculpe eu andar tão estranha”, ela disse antes de soltar sua mão. “Sabe, acho que não parei hoje. Já que Ollie e você e todo mundo aparentemente está tentando me fazer dar uma parada, o que você acha de almoçarmos juntas?” ela perguntou, uma expressão esperançosa no rosto.

“Acho ótimo, Chlo”, Lois disse. Ela passou o braço ao redor do de Chloe e a puxou pra fora da cozinha. “Eu estou morrendo de vontade de ir naquele novo restaurante tailandês que abriu na frente do Planeta. Clark está sempre tão ocupado e Tess está sempre na LuthorCorp na hora do almoço, não que eu queira almoçar com ela.” Ela revirou os olhos e soltou o braço de Chloe, indo pegar sua bolsa e sua jaqueta. “Eu definitivamente acho que você deveria dizer ao Ollie que quer viajar este fim de semana. Tess pode te cobrir por aqui e Clark e Hal podem cobrir Ollie. Oh, vamos fazer compras depois do almoço.” Ela não estava mesmo com pressa de voltar ao trabalho e tinha a sensação que sua prima precisava da distração. “Podemos comprar alguma coisa sexy para o fim de semana, não que seu marido vá deixar você usar alguma coisa”, ela brincou.

Chloe deu risada e tentou não ficar muito envergonhada com o comentário enquanto pegava a bolsa também. “Sim, ao que parece. Aquele meu marido gosta de me deixar nua sempre que possível, ele só tem sorte que eu saiba que ele me ama ou eu o acusaria de ter se casado comigo pra poder transar sem parar”, ela brincou, sentindo-se de volta as conversas que tinha com Lois antigamente, sem se preocupar muito com suas versões do futuro, apenas dizendo o que lhe vinha à cabeça antes que pudesse questionar.

Lois bufou. “Certo, Chloe, a pobre esposa. Não esqueça com quem você está falando, prima. Você também nunca foi boa em manter as mãos longe do seu marido”, ela pontuou.

O bom humor de sua prima era contagiante. Chloe deu de ombros. “Bem, enfim, você pode me culpar? Já viu meu marido?” ela perguntou com um sorriso.

Lois deu um risinho para sua prima. “Eu ainda não sei qual de vocês dois ficou mais envergonhado aquela vez no escritório dele.” Ela deu um risinho enquanto se movia em direção à porta. Chloe parecia mais com a Chloe de repente. Talvez uma tarde só de garotas fizesse bem às duas.

14/22

5 comentários:

  1. aaaaaaaaaaaaaaaaaawwwn *-*
    Esses dois...

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  2. Ana Luíza Bernardo31 de maio de 2012 às 17:58

    Que fofuras!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  3. Simplesmente adorei este capítulo...

    Patrícia

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  4. Bem, enfim, você pode me culpar? Já viu meu marido?


    É Chloe, vimos e babamos!!!!!!

    Adorando muito essa história, faz tempo que eu não ficava tão ansiosa pra ler uma história...

    Mais, mais, mais...

    :D

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  5. Bem, enfim, você pode me culpar? Já viu meu marido?
    É Chloe, vimos e babamos!!!!!! [2] hahahaha
    Adorei o comentário!!

    Ficando cada vez melhor...

    GIL

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